Atirem pedras em mim ao terminar de ler aquele que não concorda comigo!
Desde 2009 integro o grupo Quântica Teatro Laboratório à convite da diretora, Priscila Nicoliche, mesmo fazendo teatro apenas há dois anos e dança há um. Foi um convite inesperado, eu confesso, mas desde então venho tendo experiências ótimas e que eu tenho certeza que eu não teria se fizesse parte de uma grande companhia que ia querer apenas que eu repetisse o que o coreógrafo e o dramaturgo faziam.
Meu primeiro trabalho no grupo foi a peça "A Máquina - Uma Leitura Frankeinsteiniana de Hamlet", baseada em linguagens como o teatro pós-dramático, teatro épico, dança-teatro e diálogos entre teatro e tecnologia. Mas esse primeiro trabalho não foi no palco. Para se ter uma noção, nesse dia eu era chamado de "estagiário" à torto e à direito. De remendar o figurino de Ofélia Elizabeth à iluminação eu fiz de um tudo, e a maioria no susto (como foi o caso da iluminação). Mas enfim, naquele dia eu aprendi a manusear uma mesa de luz (ainda que com o Felipe me falando ao celular o que eu deveria fazer - inclusive eu perdi meu celular naquele dia, em Guarulhos).
Acho que só em maio que eu fiz meu primeiro trabalho artístico pelo grupo. Na performance "Cotidianos Ordinários". A produção desta foi ótima, com direito à boneca inflável estourando no camarim (depois disso ela nunca mais foi a mesma).
O fim do ano chegou e com ele a notícia que o projeto do Pontode Cultura Diálogos com os Mundos: Territórios e Estratégias foi aprovado. Com isso o trabalho dobrou. Não triplicou.
Onde quero chegar é no ponto em que eu reforço: são experiências e aprendizados que nenhuma universidade pode dar. Um curso superior não ia me ensinar a usar uma mesa de iluminação em apenas quinze minutos, ou me ensinar coisas "avançadas" do teatro com a compreender o teatro pós-dramático e com certeza na universidade eu nunca ia precisar carregar refletores pra traseria de uma caminhonete e depois limpar todos os objetos de cena, cenário e extensões (que sujaram na chuva que a gente tomou em Taiaçupeba).
Não estou dizendo que o curso superior não é necessário. Sim, ele é muito bom... mas não só de teoria vive um artista, e nem sempre a prática da pura teoria é suficiente. Às vezes é preciso concertar uma extensão que está com mau-contato para aprender a impostar a voz...
Victor Roriz
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